Essa
história não me pertencia, mas de tanto eu gostar dela parece que foi comigo
que aconteceu. Eu durante alguns anos da minha vida, como já é sabido por
alguns, trabalhei de free-lancer como pesquisador peregrinando por inúmeros
institutos de pesquisa, essa vida não é nada fácil, mas tem suas vantagens
quando ainda se é jovem, e esse era o meu caso na época, jovem, estudante e
nada de responsabilidade na cachola, só cerveja faculdade e gandaia.
Pois
bem, uma vida desregrada que não sugestiono a ninguém, se bem que me diverti
muito nesse período e fiz também grandes amizades. Uma dessas amizades foi com
o camarada João Álvaro, grande sujeito, bom amigo e ótimo guitarrista nas horas
vagas, quase uma enciclopédia ambulante e cheio de polemicas e críticas um cara
adorável e apaixonante, figuraça.
Certo
dia quando estávamos tomando uns rabos de galo “Coq tail”, no qual ele chamava
carinhosamente, passou um vendedor de frutas puxando seu carrinho repleto de
mexericas e outras frutas mais. E como é de se esperar a conversa andava por
caminhos sinuosos e tortos. Assim como nós saímos do bar seguindo a Avenida
Vieira de Carvalho rumo a Praça da República. Torto, torto, torto, tomamos
varias pra variar.
Nesse
percurso que na verdade nem era muito longo ele foi contando uma história por
conta do carrinho de frutas, lembrou naquele momento de uma linda mulher que
ele havia visto num ônibus quando ele voltava para casa depois de um dia de
trampo e uma rápida parada para a cachaça, imagina o estado do cara, daquele
jeito, chapadão e pelo que ele me contou já se aproximava da meia noite, dia de
semana, busão nessa hora nem era tão cheio, coisa e tal. O ônibus era o Parque
Bristol rumo ao Cambuci, bairro que ele reside.
Voltando
a história da linda mulher. Como já foi dito era tarde da noite e ele havia
pegado o ônibus no ponto final, por isso teve a oportunidade de escolher o seu
assento, e o loucão escolheu justamente aquele banco do fundo que fica de
frente ao corredor, segundo ele desse
lugar você tem uma visão panorâmica do coletivo, olha só que loucura, gostava
de viajar sentado ali vendo tudo no ônibus. Cada uma né!
O
busão partiu rumo ao Cambuci e ele La sentado, quando o ônibus parou no ponto
da República subiu a tal mulher, linda e vestida de vermelho com uma sacola na
mão, os marmanjos do coletivo ficaram loucos tamanha a beleza daquela jovem
mulher de vermelho e o João não foi diferente é claro, ainda, mas depois de
umas na cabeça, muita fantasia para nós admiradores da beleza feminina, ficou cheio
de idéias, e como se aquilo não bastasse, aquela beleza noturna e sozinha no
Parque Bristol tirou da sacola mexericas e começou a descascar, aquele cheiro
da mexerica segundo ele era um perfume afrodisíaco e estonteante, espalhando-se
pelo ônibus inteiro como se fosse um chamado para a luxuria na noite
paulistana, puta viagem desse cara, achei o maior barato, enfim, coisa de
bêbado, só caras assim para ter essas idéias.
Adorei
essa história, e sempre que sinto o perfume de mexerica me vem essa tal mulher
na cabeça, maior viagem, me vejo naquele busão e o cheiro exalando por todos os
lados como se eu estivesse naquela viagem e que viagem, só os loucos mesmo para
ter tal imaginação.
Bom
como já falei essa história não me pertencia, mas agora pertence e como sou um
tonto acabei contando para a Andréinha, que por sua vez ficou enciumada com a
imaginaria dama de vermelho, e adivinhem se puder. Sempre é a maior briga no
período dessa fruta aqui em casa, já faz muito tempo que não compramos
mexericas por aqui. E agora me responda. Quem é mais louco aqui em casa, eu com
essa alucinação com essa tal dama de vermelho que eu nunca vi, ou a Andréinha
enciumada de uma imaginação etílica. É isso, somos todos loucos.
A transgressão da mexerica para o blog , Homem mexerica para o conto, Mexerica love's para o romance; 'Mexe" Rica para o filme pornô...hehehe
ResponderEliminaro melhor dessa história, é que ela, a mexeriqueira, realmente um dia entrou num certo coletivo linha pq. bristol, enfeitiçou os passageiros, todos homens + motorista e cobrador, com o aroma das mágicas mexiricas, desceu no ponto do term. pq. d. pedro II com todos acompanhando seu trajeto, até desvanecer-se na madrugada. demorou alguns segundos para que os ocupantes voltassem do transe. foi tudo real... ou delírio. o certo é que, como escreveu o amado marcio, o perfume da" fada das mexericas" ficou indelével na mente até hoje, passados 20 anos. ciao bambino!!!
ResponderEliminar