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domingo, 24 de junho de 2012

A difícil tarefa de ler...


Sempre tive vontade de manifestar minhas opiniões aos outros, só que não via como isso poderia ser possível, minha referencia bibliográfica não permitia e na verdade ainda não permite tal pretensão, mesmo assim resolvi encarar. Diariamente fico atento a tudo ao meu redor, na verdade fico pescando, buscando assunto para poder compartilhar e discutir certos acontecimentos, e é claro sempre aparece alguma coisa, às vezes relevantes e outras nem tanto. Pois bem, achei algo muito relevante para o momento. Lembrei-me da falta de interesse contida em alguns sobre a difícil tarefa da leitura. Ai me surgiu à idéia. Sei que não é nada original, mas é um ponto de vista.

Como pode as pessoas ter interesse em leitura se o mesmo não é estimulado? Aqui no meu bairro, por exemplo,  sequer tem uma livraria ou banca de jornal que atenda a essa demanda.
Biblioteca é outra falha. Temos uma em local duvidoso, isso porque a placa indicativa não é nada visível e parece um puxadinho,  acho que foi pra lá como  um improviso e acabou permanecendo por lá mesmo, sem boa iluminação, sem o mínimo de conforto necessário para uma boa leitura e mal organizado. Muitos passam por lá e não se dão conta que ali se trata de uma biblioteca. Ai vem o questionamento. Estamos “prestes a recepcionar um evento mundial”.”A COPA DO MUNDO 2014”, e ainda assim estamos carentes e necessitados de cultura, educação, moradia, saúde pública entre outros serviços de ordem pública e também privada. E por onde começar? Já que não tem escapatória ficam ai as dicas.
Precisamos urgentemente de atender e ser atendidos, no mínimo necessário. Cultura, educação, moradia e  saúde são requisitos básicos para nossa sobrevivência, sem esses instrumentos não conseguimos dar conta de nossos anseios e demandas locais. E para que isso aconteça se faz necessário sermos atendidos e acolhidos sem restrições  e com muitos investimentos.

Uma cidade como a de São Paulo ou um  bairro  como o nosso, não se constrói sozinho, Itaquera com seus mais de meio milhão de habitantes precisa e quer fazer parte do mundo, não só na Copa do Mundo, pois a Copa vai, e nos ficamos. Precisamos de um legado. Que venham as Livrarias, hospitais, escolas, universidades, as moradia dignas a todos e todas que fazem parte desse grande, carente, esquecido e amado bairro..... Itaquera ...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Fé e Esportividade....


Essa semana como é sabido por todos aconteceu uma grande, esperada e inédita classificação de um time para  Libertadores da América. Confesso que não deveria estar falando do assunto, pois para muitos que me conhecem posso estar cometendo uma heresia. Afinal trata-se de um time que é o maior de todos os rivais dos times brasileiros, e que também não sou muito fã, meu time, por exemplo, já faz pelo menos uns cinco anos que sequer ganha uma partida dele. É a maior gozação, dos amigos, alunos, colegas, familiares, esposa e filho, fazer o que? Infelicidade dos que optaram pelo time errado. Ninguém é perfeito.

Enfim, aconteceu essa classificação que a meu ver foi merecida.  Foi um bom jogo e o time adversário com todos aqueles jovens ídolos realmente deixaram a desejar, acho que o salto alto dos meninos da Vila fez com que eles caíssem na real e foi exatamente isso que aconteceu, caíram para o prazer e delírio dos aficionados e loucos torcedores, esses tais que não citarei o nome, não por despeito e sim por uma questão da não valorização desses aí....

Assisti ao jogo apreensivo, queria ver o desfecho dessa longa e esperada história de 102 anos sem o título tão desejado. Fiquei aqui na minha fazendo minhas coisas, hora ou outra dava uma bisbilhotada na TV, sempre acompanhando, porém, não com a devida atenção, pois ao mesmo tempo estava acompanhando o meu time pela rádio sendo desclassificado em outro Estado, o carrasco nesse caso foi  o coxa, coisa que alias não me incomodou tanto como o empate que classificaria esses tais...

Acabaram os jogos, o do meu time que foi desclassificado para a final da Copa do Brasil e o jogo do Campeonato da Libertadores da América, jogo esse que classificaria esse time de loucos para a inédita final desse campeonato, aqui no bairro como sempre aquela festa, parecia fim de ano em Copacabana. Guardada as devidas proporções, fogos e buzinaços para todos os lados, gritaria de loucos e histéricos vizinhos e esposa contente como um pinto no lixo, tudo uma loucura, nem na Internet me livrei destes inconvenientes postando mensagens da vitória, foi uma euforia total. Eu não podia fazer nada, meu time tinha acabado de perder um jogo e eu estava triste é claro, perder sempre dá aquela dor. Só que ao mesmo tempo tive um momento de insensatez, me peguei sorrindo, feliz ao ver aqueles que tanto acho inconvenientes e chatos, comemorando a vitória, que prazer  foi ver isso. A felicidade realmente contagia, mesmo aquela da qual você não faz parte, mas se os seus fazem porque não comemorar também aquilo que é tão esperado. Para esses que sempre tiveram fé fica aqui meus parabéns pela grande, desejada e inédita classificação do campeonato....e agora que vença o melhor e com muita esportividade.

domingo, 17 de junho de 2012

ZonaLeste.EstudoseCidadania: O SEMINÁRIO SOBRE EDUCAÇÃO E A PRODUÇÃO DE CONHECI...

ZonaLeste.EstudoseCidadania: O SEMINÁRIO SOBRE EDUCAÇÃO E A PRODUÇÃO DE CONHECI...:   ALGUNS RESULTADOS DO SEMINÁRIO "A EDUCAÇÃO E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: ZONA LESTE - CONHECER PARA TRANSFORMAR O  Seminário "Edu...

A música e o mundo.


Sexta-feira passada dia 15/06, tive o privilégio de fazer um curso que falava da Geografia e a música, a princípio achei a idéia muito agradável, pois gosto muito de música e acho que é mais um instrumento para cativar os alunos. Teve aquela conversa toda, apresentação dos colegas, a impressão que cada um tinha sobre o tema da aula, se alguém já utilizava a música como ferramenta em sala, se alguém tocava algum instrumento musical e coisas assim, como sempre fiquei na minha, uma porque não manjo nada e música, outra que não toco absolutamente nada, mal consigo acompanhar uma musica batendo palmas, sou capaz de atravessar até no “Parabéns pra você”, isso só pra ver como sou um cara musical, mas enfim, mesmo com tudo isso, gosto de musica como ouvinte, é só.

Pois bem, fizemos um belo debate acerca do assunto, todos muito simpáticos, o professor um grande entendedor do tema e assim foi a aula, quase não paramos para tomar um lanche tamanha era a empolgação de todos nós na aula. Falamos dos nossos gostos musicais, música que marcou nossa infância ou a vida, música que marcou um momento ou lugar, enfim, toda nossa relação com a música em torno do tempo e espaço, e o engraçado disso tudo é que realmente as músicas bem ou mal elaboradas significam um tempo ou espaço que vivemos.

E para não deixar de ser  o repetitivo que sou, não vou esquecer de falar de uma música já citada aqui em outro momento, trata-se de ”Trocando em Miúdos”, uma porque essa música pra mim já tem um grande significado, a lembrança da infância e os irmãos mais velhos ouvindo e cantarolando junto do vinil, e outra é que essa letra retrata tudo que estávamos falando na aula. O tempo falando de músicos antigos como o Pixinguinha, a medida do Bonfim que é uma lembrança da Bahia e o Neruda que é um escritor do Chile. Olha só que riqueza, em uma única letra fala-se de um espaço, um tempo e uma cultura local, Chico Buarque como sempre genial.

Tudo bem, discutimos nos emocionamos e compartilhamos até algumas particularidades, como se a gente já se conhecesse há muito tempo. E o legal dessa história toda foi à prova de que a música possibilita acontecer em uma sala de aula, ela faz com que a gente entenda as nossas particularidades e as  alheias, conhecendo o tempo e o espaço de que cada um já fez parte ou ainda vai fazer. Acabamos a exposição da aula felizes,  e até arrisquei acompanhar com umas palminhas o vídeo de encerramento da aula.....valeu muito à pena, aprendi com isso que a música em qualquer parte do mundo aproxima as pessoas em qualquer tempo e espaço. Foi isso....



quarta-feira, 13 de junho de 2012

FINE.......


Como é semana do dia dos namorados,  não podia deixar de falar do assunto e principalmente  de falar de um filme que para mim simboliza tudo que há de mais romântico que já vi. Trata-se do filme Cinema Paradiso que além de falar de um grande amor que o Jovem protagonista Toto teve por uma linda jovem, é também uma bela história de amizade, amizade essa entre senhor Alfredo que passava a projeção no cinema e o garoto Toto. 

Pensando nisso, e querendo escrever sobre o assunto, não consegui pensar em nada que realmente me convencesse, pois, o que penso sobre esse romantismo todo é bem lugar comum, tudo que eu disser ou já foi dito ou vai ser  por alguém. Aquela ladainha toda sobre as palpitações no coração, o desejo incontrolável de querer falar com a pessoa amada, as ligações intermináveis de começo de namoro, e aquela conversa mole que incomoda todos que estão a sua volta, como se não houvesse nada e nenhuma paixão no mundo, somente a sua. É muito engraçado quando estamos nessa fase, não existe nada e nenhuma paixão e dor maior que a sua.....acho que é meio assim.

Enfim, tudo isso, como já disse é pura ladainha quando se tem uma cena de filme como a do Cinema Paradiso, em especial a cena final, onde o Alfredo fez uma colagem de tudo que ele havia cortado por conta da censura, lindas cenas, inúmeros beijos, de vários clássicos do cinema e com belíssimos atores e atrizes, cena realmente muito bonita e sensual para a época do filme, uma linda trilha sonora de Ennio Morricone, esse cara acertou em cheio na melodia, aliás diga-se de passagem como todas as musicas que ele já produziu, todas lindas sem exceção.

Voltando a questão principal. A paixão dos enamorados, lindo, comovente, estonteante e devastador e tudo isso que sentimos pela pessoa desejada, como já disse nada poderia descrever tal sentimento como a Cena final do filme que acabei de citar, para aqueles que conhecem o filme fica ai a dica para rever e reproduzir os beijos como os do filme, e para aqueles que ainda não conhecem que sirva de inspiração para acalentar ainda mais a paixão......fica a dica.



sábado, 9 de junho de 2012

A Arte de Interpretar a Literatura.





Olha eu de novo me atrevendo a falar de literatura e cinema, sei e confesso que ambas não são minha especialidade, aliás não conheço nada que realmente eu entenda de verdade, mas me esforço, ou pelo menos tento.

Dias desses assisti  um telejornal que falava do lançamento de um filme para o mês que vem, trata-se do filme On the Road, filme esse que foi inspirado na obra do escritor norte americano Jack Kerouac, feito na década de 50 do século passado. Li esse livro quando  tinha meus 18 ou 19 anos e acho que foi o primeiro de vários livros que fala sobre marginalidade que li, pelo menos é o que penso da obra. Depois disso li Charles Bukowski, Reinaldo Moraes, Joeli  Pimentel, esse ultimo é bem underground, esses caras aí. Enfim gosto de ler mas ainda não li um décimo que deveria ter lido.

Diante dessa notícia que acabara de ver no telejornal peguei-me a pensar nas obras que já havia lido e que se tornaram filmes depois, claro que não consegui lembrar-me de muitas coisas, como já falei não sou especialista no assunto, mas mesmo assim me vieram alguns em mente, o próprio On The Road que em breve será lançado no cinema, o Ensaio Sobre a Cegueira, e por fim O Amor nos Tempos do Cólera, todas essas obras já tive a oportunidade e felicidade de ler, pois todas além de ser uma obra prima, pelo menos para mim trata-se também de clássicos da literatura contemporânea. Enfim, tornei-me melhor depois de ter lido esses caras.

E olha que curiosidade, num outro texto que escrevi, também citei o Ensaio Sobre a Cegueira de Jose Saramago, vi esse filme há um certo tempo, gostei  muito. Mas claro nada se compara à narrativa e o realismo que Saramago consegue descrever, é simplesmente genial esse sujeito, não deixa passar nada sem colocar uma peculiaridade nas histórias, muito bom, é o que eu acho.

Agora O Amor nos Tempos do Cólera, li esse livro se eu não me engano em 2004 ou 2005, lembro-me de quando estava lendo esse livro, me  empolguei tanto com a leitura e o amor incondicional de Florentino Ariza por Fermina Daza que também fiquei apaixonado, não queria parar de ler, e olha até que ponto eu cheguei, quando estava terminando a leitura era tamanha a minha excitação, lia no caminho do trabalho, em casa, devorei o livro, Gabriel García Marquez me prende muito com sua escrita, outro gênio....enfim, nas últimas páginas estava no caminho do trabalho, cheguei na estação onde tinha que descer e fiquei por lá mesmo, atrasei-me um pouco mais, pelo menos umas meia hora, mais valeu, enquanto não acabei a leitura não sai da estação Santa Cecília, estação essa que deveria ter saltado. O pior dessa história foi o chefe passando também para o serviço e me ver parado lendo ao livro e nada de eu ir trabalhar, quando cheguei no serviço e ele me perguntou a razão de eu estar lá parado, respondi e claro que ele não acreditou, fazer o que?.....Disse que eu era louco....nem liguei.....

Por fim, porque essa ladainha toda que eu contei? Essas três obras por coincidência ou não foram interpretadas ou dirigidas por brasileiros, motivo esse que me orgulha muito, no Ensaio Sobre a Cegueira, teve a atuação da jovem Alice Braga brilhantemente interpretando a linda rapariga de óculos escuros e dirigida por Fernando Meirelles, além de partes do filme ter sido rodado aqui em São Paulo. O Amor nos Tempos do Cólera, com a diva do cinema nacional Fernanda Montenegro, que empresta seu talento e delicadeza a bela personagem de Trânsito Ariza como mãe do protagonista da obra, e por fim o filme On the Road que foi dirigido por nada mais nada menos que Walter Salles, esse dispensa qualquer tipo de comentário....É isso, três grandes obras da literatura mundial contemporânea e o Brasil emprestando seus talentos para abrilhantar ainda mais essa linda coisa que é a arte da literatura e do cinema. 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Viagem gastronômica.


Pode até parecer lugar comum citar alguns ditados, mas mesmo assim gosto de reproduzi-los. Dizem que por meio da leitura é possível fazer várias viagens sem sair do lugar e realmente isso é possível, ainda mais quando se trata de uma boa escrita. Certos escritores conseguem com muita facilidade descrever e narrar fatos com uma excelência que até parece que estamos presenciando ou que estávamos no acontecimento, uma boa leitura dependendo até, se consegue imaginar o cheiro sugerido, adocicado, fétido, cheiro de flores, enfim, toda essa coisa.

Lembro-me de quando estava lendo um livro de Jose Saramago.  “O ensaio sobre a cegueira”, sentia o cheiro da rua como ele descrevia o lugar onde estavam alojados e imaginava aquele cenário de terror, genial a descrição que esse homem fez, e olha que custei a iniciar a leitura, achava muito pesada, tive que iniciar pelo menos três vezes até pegar no breu, quando comecei a ler ai sim viajei na extraordinária narração desse autor.

E por falar em viagem, de uns tempos para cá tenho me encontrado com dois amigos que fiz a pouco, deve ter no máximo uns dois a três anos que os conheço, mas só agora parece que descobrimos algumas afinidades e resolvemos nos aproximar, e essa aproximação devo confessar, chegou tardiamente, tudo bem, o que vale é o agora.

Pois bem, voltando à viagem, falei da leitura que possibilita transitar por vários lugares e culturas, sentir cheiros coisa e tal, só que isso a meu ver é uma sensação individualista, você até compartilha com os outros, mas não ao mesmo tempo, você Lê e depois comenta com o amigo ou a amiga e assim vai.
 Pensando nisso me veio à cabeça esses dois novos amigos, ou melhor, amigo e amiga. De uns dia para cá antes mesmo de nos encontrarmos no serviço já temos um encontro pré-agendado, e o melhor dessa agenda é a surpresa que nos espera, como sou uma pessoa  sugestionável se tratando de comida fico ansioso para ver qual será a pedida, enfim saímos para comer, não o trivial, isso se come todos os dias, o legal da história é que nunca é um lugar logo ali, atravessamos o bairro para poder almoçar, ai vem comida Tailandesa com direito ao chefe contando suas peripécias culinárias, garçom falando do processo de fermentação da cerveja, restaurante grego no meio do Bom Retiro, só coisas do gênero, é o maior barato, coisas e sabores inusitados para um simples almoço e com um leve sabor de viagem pelo mundo afora. Só que essa viagem acontece com os amigos saboreando juntos e não só como na leitura que é uma viagem solitária... É isso.

domingo, 3 de junho de 2012

ENQUANTO MANOELA NÃO CHEGA

Caros amigos, sempre falo em democratização das coisas, só que falar é tarefa fácildifícil mesmo é colocar algumas questões em praticas. Pensando nisso, resolvi compartilhar duas obras que possuo aqui em casa, uma delas é uma gravura feita por uma amiga chamada Gicelle Archanjo, adquirimos essa obra no ano passado e desde então passou a ser o xodó aqui da nossa sala. Outra obra que é tão bonita quanto a gravura é um texto escrito pela Andréinha, texto esse que quando li meus olhos encheram-se de lágrimas, achei lindo, emotivo, carinhoso e acima de tudo apaixonante. Como eu queria conhecer essa tal Manoela.....Vale muito a pena conferir.



Tenho uma amiga, a linda Manoela, um dia pedi que ela me fizesse uma visita em casa. No começo ficou uma coisa meio descosturada, solta, nunca chegávamos há um dia e horário que fosse bom para ambas.
Ela era tão envolvente, com seu riso, seu lindo cabelo cacheado, não tinha espaço que a pequena Manú não preenchesse ao chegar. Ela tinha brilho próprio.
Em certo tempo discutíamos sobre vestidos, filosofia, a beleza das outras mulheres, e ríamos juntas. Às vezes imaginava nós duas tomando chá ou dormindo na grama numa tarde de sol.
Mas eu imaginava demais e Manoela tardava a chegar, quando ela podia, quem não podia era eu. Ficou confuso, e nossa relação começou a tumultuar, a ficar crespa.
Sentia muito a sua falta, procurava em vão o carinho dos seus olhos, mas os outros olhares eram distantes e vazios. Chamava por Manoela, mas ela não ouvia. Resolvi então matar o tempo enquanto a esperava. Dançava sozinha na sala, fazia bolo de chocolate, costurei uma enorme colcha de retalhos, li todos os livros da minha estante, tomei toda garrafa de vinho, escrevi uma tese, dei todas as roupas velhas, revi todas as fotografias, mandei a hipocrisia dar uma volta no parque e me esquecer por uns tempos.
Mas nada satisfazia, não havia pílula, infusão, complexo vitamínico, sexo casual, chocolate ou cartão de crédito que desse jeito. O cabelo cresceu, emagreci, engordei, emagreci de novo, enlouqueci, adquiri novos hábitos, sempre pensando em como seria se fosse à companhia dela, o tempo diminuía a ansiedade, mas aumentava a angústia.
Um dia acho que ela chegou até a frente de casa, mas antes de bater ficou em silêncio, ouviu alguém chorando baixinho atrás da porta, recolheu seu pequeno punho e foi embora sem incomodar ninguém.
O tempo passava, mas a tristeza não, até o dia em que acordei com o propósito de ser feliz. Fiz um acordo com a vida que dizia:
“Manoela fique no mundo da fantasia, nesse imaginário você é linda e viável. No mundo real você é cruel.”

Por: Andréa Martinez.

sábado, 2 de junho de 2012

Visitas de Domingo...




Sei que não é da conta de ninguém, mas mesmo assim vou falar. Hoje fazendo meu monitoramento diário do Blog, me deparei com uma informação que fiquei bastante feliz, e essa felicidade veio gratuitamente. Pois, quem acompanha minhas publicações sabe que  o Blog não tem muito tempo de existência, na verdade não tem nem 30 dias ainda.

E foi exatamente isso que intrigou, se bem que ficar intrigado no meu ponto de vista não me soa como uma coisa positiva, só que nesse caso foi. Nessas minhas 15 publicações, procurei falar de assuntos que me ocorriam, sem pautar nem planejar nada, surgia à idéia ou via algo e assim ia, ou melhor, assim vai, foi o mesmo caso agora. Entrei na pagina  do blog onde constam os números de visitações, e para minha surpresa, essas visitas não eram aquelas indesejadas, muito pelo ao contrario. Eram desejadas sim só que não nessa proporção, pra mim é um numero extraordinário, de verdade, não esperava tantas visitas assim, fui pego de surpresa como quem recebe aqueles amigos inoportunos e amados num domingo de preguiça, não esta esperando, mas recebê-los é sempre uma alegria.

Vamos aos números, foram, ou esta sendo nesse momento quase mil visitas. Confesso, estar bastante contente, pois, nessas publicações tive gratas surpresas: alunos comentando meus textos que viram com suas mães e pais, colegas do trabalho fazendo insinuações sobre o que poderia ter acontecido em alguns episódios, irmã curiosa sobre qual o próximo assunto, companheira/esposa incentivando novas publicações e amigos na torcida por esse meu novo empenho. A esses todos ficam meus sinceros agradecimentos, essa idéia de escrever e compartilhar é uma coisa meio arriscada, nunca se sabe o que o outro pode entender ou mesmo o que ele espera de ti. Acho que é isso. Só queria agradecer pelas visitas, visitas essas que sempre serão bem vindas e desejadas.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Brasil dos Desunidos.




Semana passada ganhei um livro, ou melhor, me apropriei com a conivência do dono. Trata-se de um livro que fala sobre Correspondentes no Brasil, aliás o título do livro é   “O Brasil dos Correspondentes” de três organizadores: Jan Rocha, Thomas Mils e Verônica Goyzueta, que por sinal devo confessar minha ignorância, nunca ouvira falar deles, mas tudo bem. Comecei a folhear o livro, ver os títulos das crônicas, livros assim são um barato, não  necessariamente precisa começar a leitura pelo começo, basta escolher uma crônica e mandar ver.

Folheei, folheei e cai bem na primeira crônica, sem querer ser partidário tratava-se exatamente de “Lula e o PT”, um motivo a mais para me interessar na leitura. O correspondente em questão fizera uma entrevista com o Lula no ano de 1977 para a BBC e ficou deslumbrado como aquele homem tinha propriedade para falar de sua classe trabalhadora e como ele conduzia bem o assunto. O resto já sabemos, esse cara é o Lula.

Li. Gostei claro, e de verdade senti um pouco de inveja desse autor e ao mesmo tempo uma grande frustração. O Jan Rocha, pôde testemunhar no final da década de 70 e inicio de 80, grandes greves iniciadas no ABC Paulista, que tinha como líder o Lula. Na semana anterior a leitura desse livro, houve aqui em São Paulo uma greve dos metroviários legítima e coerente, aliás qualquer manifestação da classe trabalhadora independente da categoria é legítima, pois só quem sabe o que passa a um trabalhador é o próprio trabalhador. Suas necessidades, desejos e condições de serviço, têm e deve ser discutida com ele e não sem como acham os mandatários. Esse é o meu ponto de vista.

Vendo tudo isso, me lembrei de um episódio que acompanhei no ABC paulista, em São Bernardo do Campo, certa ocasião quando ainda era pesquisador fui fazer um free lancer para um instituto de pesquisas de Campinas, nem lembro o nome, lembro que ganhei a maior merreca, mal pagava o meu sono mal dormido por conta do horário que tinha de fazer o trabalho. ...maior emoção....fiquei tão deslumbrado com a situação que lembro como se fosse hoje, um metalúrgico, tal de Mancha estava convocando a categoria para a paralisação e na hora de votar não tive dúvidas, votei junto da companheirada, entreguei-me ao movimento e sinto não ter feito parte desse grupo, parabéns aos organizados e que nós os leigos não julguemos aqueles que só querem o melhor para nós os trabalhadores.....