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sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

CRONICA DA DOENÇA ANUNCIADA

     

        Quem me conhece só um pouquinho, sabe que os finais de ano eu não curto muito.  Na verdade, nunca soube explicar o porquê, sempre digo que é por conta da euforia das pessoas, lojas em geral cheias, trânsito maior que o normal, enfim essas coisas de final de ano e período de festas.

      Fazendo um balanço de como foi meu ano e comparando com outros passados, comecei a entender a tal frustração, e bem verdade é mais que justificável meu comportamento, pois finais de ano, pelo menos pra mim sempre acontecem ocorrências não festivas, e para não me alongar no assunto vou me ater a somente dois, esses avalio muito importante, não que os outros não sejam, mas esses sim deixaram marcas, sequelas e limitações.

   Se minhas informações não estiverem erradas, foi no final do ano de 1974 quando eu ainda um bebê adquiri a doença da época, a meningite. A epidemia começou em Santo Amaro, na Grande São Paulo, e teve um início insidioso até explodir, causando 2500 mortes na capital paulistana, em 1974. Mesmo com a incidência de casos saltando a cada ano, e com mortalidade oscilando de 12% a 14% dos doentes, o regime militar escondia os números da população e negava a existência de epidemia. Nisso morreram ou ficaram com sequelas inúmeras crianças, inclusive eu que escrevo, minha meia cegueira foi o meu saldo disso, além das idas incontáveis da minha mãe acompanhando minha internação no Emilio Ribas.

       Agora, final de 2021 vou eu de novo fazer parte das estatísticas, só que com a COVID 19. Mesmo depois de tomar as três doses das vacinas já permitidas, além da vacina da gripe eu adquiri a doença, que por hora ainda está branda, graças a vacina e a ciência muito negada por esse governo sombrio e negacionista, e olha que nem estou falando do período da Ditadura Militar, estou falando de agora, 2021 que há 3 anos vem passando por esse tormento, descaso, de terra-planismo, de ausência nas catástrofes naturais como o caso da Bahia e tudo mais. Coincidência ou não os governos desses meus dois episódios são bem parecidos, negam e ocultam tudo, colocando o povo à mercê dessas e outras tragédias.

     E aí se vai mais um final de ano, não atoa eles não são festivos para mim, também pudera, é cada uma que acontece que não poderia ser diferente, num pego meningite, noutro a covid e assim sigo aqui firme e forte tentando sobreviver com mais essa, só espero que não me mate ou deixe outra sequela, já basta essa que carrego.

       Que a partir de 2022 possamos ter finais de anos mais festivos, sem doenças e tragédias que nos assombram. Trabalho, Saúde e Paz é o que precisamos e merecemos. Só isso, só isso.

        Perceberam meu descontentamento com a data?