Quem me conhece só um pouquinho, sabe que os finais de ano eu
não curto muito. Na verdade, nunca soube
explicar o porquê, sempre digo que é por conta da euforia das pessoas, lojas em
geral cheias, trânsito maior que o normal, enfim essas coisas de final de ano e
período de festas.
Fazendo um balanço de como foi meu ano e comparando com
outros passados, comecei a entender a tal frustração, e bem verdade é mais que justificável
meu comportamento, pois finais de ano, pelo menos pra mim sempre acontecem ocorrências
não festivas, e para não me alongar no assunto vou me ater a somente dois,
esses avalio muito importante, não que os outros não sejam, mas esses sim
deixaram marcas, sequelas e limitações.
Se minhas informações não estiverem erradas, foi no final
do ano de 1974 quando eu ainda um bebê adquiri a doença da época, a meningite. A epidemia
começou em Santo Amaro, na Grande São Paulo, e teve um início insidioso até
explodir, causando 2500 mortes na capital paulistana, em 1974. Mesmo com a
incidência de casos saltando a cada ano, e com mortalidade oscilando de 12% a
14% dos doentes, o regime militar escondia os números da população e negava a
existência de epidemia. Nisso morreram ou ficaram com sequelas inúmeras crianças,
inclusive eu que escrevo, minha meia cegueira foi o meu saldo disso, além das
idas incontáveis da minha mãe acompanhando minha internação no Emilio Ribas.
Agora, final
de 2021 vou eu de novo fazer parte das estatísticas, só que com a COVID 19. Mesmo
depois de tomar as três doses das vacinas já permitidas, além da vacina da
gripe eu adquiri a doença, que por hora ainda está branda, graças a vacina e a ciência
muito negada por esse governo sombrio e negacionista, e olha que nem estou
falando do período da Ditadura Militar, estou falando de agora, 2021 que há 3
anos vem passando por esse tormento, descaso, de terra-planismo, de ausência nas
catástrofes naturais como o caso da Bahia e tudo mais. Coincidência ou não os
governos desses meus dois episódios são bem parecidos, negam e ocultam tudo,
colocando o povo à mercê dessas e outras tragédias.
E aí se
vai mais um final de ano, não atoa eles não são festivos para mim, também
pudera, é cada uma que acontece que não poderia ser diferente, num pego meningite,
noutro a covid e assim sigo aqui firme e forte tentando sobreviver com mais
essa, só espero que não me mate ou deixe outra sequela, já basta essa que
carrego.
Que a
partir de 2022 possamos ter finais de anos mais festivos, sem doenças e
tragédias que nos assombram. Trabalho, Saúde e Paz é o que precisamos e
merecemos. Só isso, só isso.
Perceberam
meu descontentamento com a data?
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