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sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Brasil dos Desunidos.




Semana passada ganhei um livro, ou melhor, me apropriei com a conivência do dono. Trata-se de um livro que fala sobre Correspondentes no Brasil, aliás o título do livro é   “O Brasil dos Correspondentes” de três organizadores: Jan Rocha, Thomas Mils e Verônica Goyzueta, que por sinal devo confessar minha ignorância, nunca ouvira falar deles, mas tudo bem. Comecei a folhear o livro, ver os títulos das crônicas, livros assim são um barato, não  necessariamente precisa começar a leitura pelo começo, basta escolher uma crônica e mandar ver.

Folheei, folheei e cai bem na primeira crônica, sem querer ser partidário tratava-se exatamente de “Lula e o PT”, um motivo a mais para me interessar na leitura. O correspondente em questão fizera uma entrevista com o Lula no ano de 1977 para a BBC e ficou deslumbrado como aquele homem tinha propriedade para falar de sua classe trabalhadora e como ele conduzia bem o assunto. O resto já sabemos, esse cara é o Lula.

Li. Gostei claro, e de verdade senti um pouco de inveja desse autor e ao mesmo tempo uma grande frustração. O Jan Rocha, pôde testemunhar no final da década de 70 e inicio de 80, grandes greves iniciadas no ABC Paulista, que tinha como líder o Lula. Na semana anterior a leitura desse livro, houve aqui em São Paulo uma greve dos metroviários legítima e coerente, aliás qualquer manifestação da classe trabalhadora independente da categoria é legítima, pois só quem sabe o que passa a um trabalhador é o próprio trabalhador. Suas necessidades, desejos e condições de serviço, têm e deve ser discutida com ele e não sem como acham os mandatários. Esse é o meu ponto de vista.

Vendo tudo isso, me lembrei de um episódio que acompanhei no ABC paulista, em São Bernardo do Campo, certa ocasião quando ainda era pesquisador fui fazer um free lancer para um instituto de pesquisas de Campinas, nem lembro o nome, lembro que ganhei a maior merreca, mal pagava o meu sono mal dormido por conta do horário que tinha de fazer o trabalho. ...maior emoção....fiquei tão deslumbrado com a situação que lembro como se fosse hoje, um metalúrgico, tal de Mancha estava convocando a categoria para a paralisação e na hora de votar não tive dúvidas, votei junto da companheirada, entreguei-me ao movimento e sinto não ter feito parte desse grupo, parabéns aos organizados e que nós os leigos não julguemos aqueles que só querem o melhor para nós os trabalhadores.....

1 comentário:

  1. Marcio, gostaria muito de ler este livro. Muito bem lembrado por você da união da classe trabalhadora de São Bernardo do Campo, ao ler seu texto me recordei de quando criança ver todo este povo reunido em minha casa, me lembro de sentir orgulho do meu pai, li para ele seu texto. Vi a emoção em seus olhos e tenho certeza que ele tenha sentido saudades dos velhos tempos. E só para provocar: É uma pena nossa categoria não ser unida assim!

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