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sábado, 21 de junho de 2014

Fufu





Esses jogos da copa estão me deixando cheio de ideias e lembranças, não sei se por conta de eu não ter nada para fazer ou porque sou muito a toa mesmo.

Times de todas as nacionalidades, culturas e costumes diversos compartilhados, enfim, tudo para inspirar uma mente como a minha.

Meses antes de acontecer a Copa, num desses feriados aqui em São Paulo, eu e a família resolvemos almoçar fora. Queríamos algo diferente e, por isso pesquisei na internet um restaurante Africano que fica no centro da cidade, liguei e falei com um atendente chamado Victor, feito isso partimos ao restaurante que fica exatamente na Rua Barão de Limeira, lugar bacana, acima de qualquer suspeita e o melhor de tudo é o saudosismo que trás a mim e minha esposa, nos conhecemos nessa rua.

Feita a pesquisa fomos conhecer e matar a fome que já nos assombrava, devido a hora e famintos, pois havia passado bastante tempo do horário que estamos acostumados almoçar.

Chegamos ao local desejado, avaliamos se entraríamos ou não no local, enquanto decidíamos  fomos surpreendidos pelo simpático garçom, perguntei a ele se era o Victor e respondeu que sim, logo ele nos acomodou, eu, esposa e filho numa mesa colada ao balcão, pedimos umas bebidas e em seguida trouxe o cardápio.

Como gosto de valorizar a conversa, pedi ao garçom que me indicasse o prato mais regional que tivesse no restaurante, ele não diferente de mim também valoriza um assunto, respondendo:

- Tudo aqui é bom, tudo regional.

Voz bonita do sujeito, um sotaque francês, provavelmente por conta da ocupação  francesa pós primeira guerra em Camarões, sua Terra mãe.

Continuamos a ver o cardápio enquanto Victor atendia outras mesas, vários pratos, muita banana da Terra, mandioca, milho, boldo, esse último achamos estranho, aqui nosso costume com essa folha é usar para fins medicinais e não como alimento, enfim, curioso.

Chamamos novamente o garçom ainda com dúvidas sobre o que comeríamos, insisti que ele me indicasse o que achava de melhor, o cara já meio sem jeito ou de saco cheio comigo respondeu:

- Você não quer experimentar o meu Fufu, é muito gostoso.

Fiquei sem graça com a indicação do Victor, não tinha visto esse prato no cardápio, e como tinha de responder algo para ele dei de pronto:

- Você não acha que ainda é cedo? Acabamos de nos conhecer!

Minha esposa me olhou firmemente me condenando e fazendo imediatamente a pergunta ao Victor.

- Como é esse prato Victor? Me explica aí vai.

Victor sem entender nada explicou calmamente do que se tratava o Fufu, na ocasião tinha Fufu de mandioca, milho e arroz, decidimos então pelo de arroz, parecia algo mais familiar para encarar.

Dada a apresentação do prato justifiquei para a minha esposa a resposta que dei ao Victor.

- Andréiha, você não lembra quando ainda estava grávida um convite que recebemos para entrar numa casa de espetáculos aqui na Rua Aurora?

Esse convite se dera quando passávamos na frente de um inferninho.

- Vai saber, não conheço a cultura desses caras, vai que era uma proposta daquelas!

Ela respondeu:

- Deixa de bobagem, você sempre com essas coisas sem graça, que absurdo.

Demos risadas, lembramos episódios engraçados que passamos na região, encontramos antigos amigos e almoçamos o excêntrico prato de Gana, o polêmico e saboroso Fufu.

E não é que o Fufu é bom...


Observação:

No restaurante trabalham pessoas de quatro nacionalidades diferentes da África.

Camarões.
Senegal.
Gana.
Nigéria.


               Eis o Victor

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