Embora o nome seja sugestivo, não é bem assim a
história do nome do Palhaço Rolão. Já faz tempo que fui batizado como palhaço,
na verdade foi no ano de 1995 quando ainda cursava minha Licenciatura de
História, e como já foi dito em um outro texto não quis deixar barato tal
tratamento, o de ser chamado ou tratado como tal, fiz valer de fato e não só de
direito.
Nesse curso de Clown reencontrei vários colegas do
bairro que já conhecia de outros cursos que eu fizera, um de produção de
cinema, um outro de iniciação ao teatro, esse último com um grande artista, o
“Valter Portela” e por fim esse de Clown mesmo, pois depois dessa
terceira insistência reconheci não ter talento pra nada, encerrei minha curta
iniciação artística. Acho que fiz bem para a cultura. Encerremos esse assunto.
A história em questão é o meu batizado, que na época
eu confesso ter ficado bem lisonjeado, acreditava ter recebido esse nome pelo
fato de termos de nos trocar um na
frente do outro antes dos nossos ensaios, comecei a me sentir o tal na trupe e
mau sabia eu o porque do nome Rolão.
Num certo dia, nosso professor o Fernando começou a
Justificar o nome de um por um e nessa hora fiquei todo todo só esperando o
desfecho da justificativa. Sabe aquele momento de se receber um elogio em
público? Era assim que estava me sentindo, o cara da trupe, o tal e aí vem a frustração.
O professor começou com várias histórias, umas
justificativas nada a ver e muito sem graça na verdade, nisso comecei a me
preocupar, pois sabia que vinha chumbo grosso encima de mim, minha expectativa
se inverteu e só fiquei esperando o golpe final. E por fim chegou minha vez.
- “O Palhaço
Rolão é um cara bem divertido, descontraído e espirituoso, assim como todos os
palhaços devem ser, porém vem sempre nos enrolando com suas histórias intermináveis
e por isso eu o batizo de Rolão”.
O Rolão em questão era de enrolar, o cara achava que
eu era muito enrolado e por isso me batizou assim, fui enganado o curso inteiro
me sentindo o tal e no final me vem com essa história.
Depois dessa frustrante justificativa fiquei
decepcionado comigo mesmo, e aquele Rolão que tinha nascido no início do curso
passou a ser o Rolinha, o Bituca, Toquinho sei lá, todos esses adjetivos que se
dá para os caras desprovidos de grandeza.
É, alegria de pobre dura pouco, e eu quem o diga.
Mas não tem problema não, vira e mexe encontro
alguém dessa trupe por aí e adivinha do que eles me chamam?
Rolão é claro, fico feliz em reencontrá-los e com
aquele gostinho que tive durante o curso.
É o que me resta, a lembrança daquilo que nunca
tive.
Ninguém precisava ficar sabendo né!!!!!